Páginas

quarta-feira, 16 de março de 2011

:: Bullying, Street Fighter e a Fama::

Vi esse vídeo esses dias e estou acompanhando sua repercussão. Para uns dá uma sensação de justiça. Até pensam: "Bem feito pra garoto de boné!!". Outros se espantam com a brutalidade da cena e pensam: "Meu Deus, e se isso acontecesse com meu filho!!". A verdade é que isso é um alerta pra nós!!




16/03/2011 - 13h43
Estudante reage a bullying e vira estrela da internet

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

Má notícia: você provavelmente já foi, é ou ainda será zoado na escola.

Nesta semana, um vídeo que caiu na internet exemplifica bem esse tipo de bullying. Nele, colegas tiram onda com um garoto gordinho, identificado por sites estrangeiros como Casey, aluno de 16 anos num colégio australiano.

Agora, uma notícia melhorzinha: você não está sozinho. A maioria absoluta dos jovens já foi vítima de bullying. Em algum momento, alguém inventa um apelido maldoso, um motivo para te transformar em tiro ao alvo da galera.

Pelo que o vídeo abaixo mostra, Casey decidiu não cair na pilha e, de supetão, reagiu aos socos de um colega magrinho.

Pela brutalidade do revide, o garoto ganhou o apelido de "Pequeno Zangief" --referência a um lutador brutamonte do game "Street Fighter".

De vítima, Casey passou a estrela. O vídeo em que retruca o bullying se espalhou feito foguete pela internet. Até site ele ganhou.

Depois de assistir ao vídeo, você talvez tenha pensado: "Boa, Casey!". Foi essa, ao menos, a reação em massa dos internautas.

É importante saber lidar com as provocações. Dar o troco na mesma moeda, contudo, é incentivar a máxima "violência gera violência".

Cristiane Ferreira da Silva é mãe de um garoto de 13 anos, alvo de chacotas por cinco anos. No ano passado, ele "explodiu", segundo Cristiane, e partiu para cima dos agressores.

Ela condenou o comportamento do filho, mas acha que a culpa maior é da escola, que fechou os olhos para o bullying contínuo que um de seus alunos sofria.

"Diretor e professores têm de admitir que o bullying acontece dentro da escola. Precisam chamar o pai dos agressores e o pai do agredido. Não dá para falar que isso é brincadeira, que adolescente é assim mesmo", disse.

Cristiane processou a escola municipal em que seu filho estudava (a primeira decisão na Justiça foi favorável a ela). Desde o ano passado, ela é presidente da ONG Educar Contra o Bullying, em São Paulo.

JIU-JITSU

Em janeiro, o Folhateen trouxe uma reportagem sobre como aulas de jiu- jítsu têm servido de ferramenta antibullying (assinantes da Folha ou do UOL podem ler a íntegra).

Rosa Maria Macedo, da psicologia da PUC, fez uma ressalva à tática: "Treinar alunos para se defender com luta é estimulá-los a usar a violência física para combater a violência psicológica".

Já o psicólogo Miguel Perosa acha que a luta pode ser um recurso se o diálogo não funcionar. "A denúncia é o primeiro passo. Mas não há diálogo com quem espanca."

As técnicas do jiu-jitsu, defendem professores da arte marcial, pode ajudar o jovem a paralisar seu agressor, sem necessariamente machucá-lo depois.

Um comentário:

Daucyana Castro disse...

Esta questão do bullying é uma questão extremamente complicada e acredito que deva ter uma abordagem bem mais ampliada nas escolas e em casa também. Ser vítima de bullying principalmente na infância pode marcar esta criança por uma vida inteira e fazer a criança se sentir indigna de amor. Reagir incita a violência. Não reagir pode tambem trazer traumas profundos. Eu fui vítima de bullying a minha infância inteira, por usar óculos, por ter o cabelo crespo, por ser de família humilde. Por um longo tempo tive uma autoestima no chão. Aos poucos fui trabalhando isso. Mas infelizmente tem gente que surta, e se estiver espiritualmente fraco o resultado desta prática pode ser desastroso.