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quarta-feira, 4 de março de 2009

:: Pride ::


Há poucos dias fui a um show de uma banda que aprecio muito e que, ao longo dos anos tem sacudido muita gente com suas letras, as vezes bem escritas, as vezes pelos hifs e solos dos músicos. Quem nunca ouviu falar de Oficina G3, dona de muitos sucessos góspeis, tais como naves imperiais, humanos, indiferença, e por aí vai. Mas, naquela noite, em plena empolgação e apreensão de ver o show, tive momentos de muita reflexão e tormentos dentro da minha cabeça.

Como sempre, vi muita gente que é remanescente da estrada do Evangelho, vi muitos crentes que lutam para manter a vida com Deus e que sempre se fazem presentes nos eventos. Vi também muita gente embarcando na modinha das roupinhas alternativas, cabelos fashion, jeitinho descolado, mas isso claro era “gospel”, vi a galera pulando, cantando as músicas, ansiosos pelo início do show, mas como já se tornou praxe no meio evangélico, toda aquele enaltecimento teve que ser feito aos “pastores” e para a “igreja” que havia proporcionado aquele evento (ainda não entendo o porquê de supervalorizarmos tanto homens que num simples show eles num podem ser relevados!), mas após darmos as “honras” devidas, o show teve inicio.

Foi uma noite agradável, mas o espírito santo me incomodava sobre o “mundo gospel” e refleti nisso por um bom tempo. Na tentativa de não-contaminação com o que é profano, o gueto evangélico criou uma “cultura abençoada” onde, embora às vezes seja difícil distinguir, temos uma versão “gospel” para tudo aquilo que denominamos “secular”. Criamos o “arraial do povo de Deus”, o “baile funk na benção”, “disque-paquera abençoada” e por aí vai, mas claro que a nossa versão é abençoada e diferente do secular. E durante aquele show fiquei me perguntando, onde isso começou e vai parar????

Daí fui à pesquisa, li um pouco sobre o assunto e na verdade estou lendo muito sobre nossa aversão, como crentes, à cultura, à socialização com o que chamados de secular e nosso exclusivismo espiritual e religioso, estou lendo também sobre a distância que temos tomado (novamente) do mundo ao nosso redor e como estamos mais preocupados em levantar templos do que nos relacionar com as pessoas que mais precisam de nós.

Não quero discorrer muito aqui, pois ainda estou apenas aventurando nesse tema e minhas viagens ainda são acanhadas, mas estou muito acanhado e preocupado com o texto de Mateus 5 e sobre nosso papel, cada vez mais esquecido de ser sal e luz, e que tem sido hermeneuticamente confundido e até mesmo adulterado por pregadores e líderes.

Só tenho me questionado: Para onde estamos caminhando????

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